Lady Gaga não brinca em serviço — e quem assistiu à sua apresentação no Coachella em abril sabe bem disso. Em meio ao deserto californiano, a cantora levou um espetáculo grandioso dividido em quatro atos e um bis apoteótico. O show, com vocais impecáveis, coreografias poderosas e uma cenografia teatral, não só fez jus ao nome do álbum “Mayhem” (caos, em inglês), como também serviu como ensaio de luxo para o que o Brasil pode esperar no dia 3 de maio, quando ela se apresenta gratuitamente na Praia de Copacabana, no Rio de Janeiro.
Produzido pela Bonus Track, o mesmo selo que trouxe Madonna à orla carioca em 2023, o evento promete ser o maior da carreira da artista — e sim, maior até que o Coachella, segundo o próprio CEO da produtora, Luiz Oscar Niemeyer, em entrevista para o InfoMoney. Enquanto o público no festival americano foi de 100 mil pessoas, a estimativa para o show em Copacabana é de cerca de 1 milhão de espectadores. Uma superprodução com palco de 1.260 metros quadrados, 11 telões de LED e dois patrocinadores masters garante que a experiência será à altura da expectativa.
O setlist do Coachella já dá pistas do que pode vir aí. Misturando faixas do novo disco, como “Abracadabra” e “Perfect Celebrity”, com hinos antigos como “Judas”, “Alejandro” e “Born This Way”, a apresentação teve uma construção narrativa bastante teatral. Cada ato representou uma etapa da jornada da “Mother Monster”, com figurinos futuristas, luzes dramáticas e uma atmosfera que os fãs chamaram de “gótica de ópera espacial” nas redes sociais.
Mas além da música, o que está em jogo aqui é o impacto cultural e econômico do evento. A prefeitura do Rio estima que o show de Lady Gaga pode movimentar até R$ 600 milhões na economia local. O projeto “Todo Mundo no Rio”, do qual o show faz parte, busca posicionar Copacabana como um palco anual para grandes artistas internacionais, oferecendo entretenimento gratuito e de alto nível para a população e os turistas.
Para os fãs brasileiros, o show também carrega um significado emocional. Em 2017, a artista nova-iorquina cancelou sua apresentação no Rock in Rio por motivos de saúde, deixando um vazio que só agora começa a ser preenchido. Com o retorno da artista ao país, em uma das maiores produções já feitas por aqui, a sensação é de redenção e celebração. Se no deserto ela trouxe o caos em forma de arte, nas areias de Copacabana, Lady Gaga promete escrever mais um capítulo épico em sua carreira — e na história da música ao vivo no Brasil.