Em 2015, o Ghost lançou Meliora, seu terceiro álbum de estúdio, e consolidou sua posição como um dos nomes mais promissores do cenário do heavy metal. Após os sólidos, porém imaturos, Opus Eponymous e Infestissumam, de 2010 e 2013, respectivamente, a banda sueca liderada por Tobias Forge encontrou em Meliora uma identidade mais coesa e ambiciosa, elevando sua proposta musical e lírica a um novo patamar.
Antes de começar a produzir o álbum, a banda lançou o EP If you have ghost, produzido por Dave Grohl, com versões de músicas do ABBA, Depeche Mode e mais. Esse contato alavancou a banda para ter a produção do Meliora assinada por Klas Åhlund, no qual trouxe um frescor inédito ao som da banda.
Conhecido por trabalhos com grandes nomes do pop como Robyn, Madonna e Britney Spears, Åhlund ajudou a banda a expandir suas fronteiras musicais, inserindo elementos de rock progressivo, hard rock e até pop rock em sua sonoridade. A pré-produção, que durou três meses, permitiu um polimento minucioso das faixas, resultando em uma obra com arranjos bem construídos.
Um marco musical e temático
Musicalmente, Meliora é uma mescla fascinante de atmosferas cinematográficas e melodias cativantes. Faixas como “Cirice”, vencedora do Grammy de Melhor Performance de Metal em 2016, e “From the Pinnacle to the Pit” são exemplos de como a banda equilibrou peso e acessibilidade. Além disso, o álbum explora a ausência de um Deus como tema central, mergulhando em narrativas distópicas que questionam a espiritualidade e o individualismo moderno.
Legado e o futuro
O Brasil é um capítulo importante nesse legado. A primeira passagem pelo país, no Rock in Rio 2013, foi marcada por vaias de um público que parecia não estar pronto para o estilo teatral e provocativo do Ghost. Quando a banda voltou em uma terceira passagem – no Maximus Festival, em 2017 –, a recepção foi completamente diferente. Dessa vez, o Ghost foi aclamado, reconhecendo sua evolução artística e performática.
Essa virada de percepção mostra como “Meliora” foi um divisor de águas na trajetória da banda, abrindo as portas para palcos maiores e uma base de fãs mais sólida. A estética distópica e futurista do álbum, combinada a uma temática lírica que questiona a espiritualidade e o vazio existencial, conseguiu atrair tanto fãs de heavy metal quanto admiradores do rock alternativo.
O álbum alcançou o topo das paradas em países como Suécia e Finlândia, além de estrear no 8º lugar na Billboard 200. Mais do que números, ele não só redefiniu sua sonoridade, mas também provou ser capaz de transcender rótulos e definiu o Ghost como uma das bandas mais inovadoras de sua geração, além de pavimentar o caminho para sucessos futuros, como “Prequelle” (2018) e “Impera” (2022).
Desde então, a banda seguiu expandindo sua popularidade, e o anúncio de novos materiais alimenta expectativas de mais capítulos grandiosos nessa trajetória. Será que a banda conseguirá mais uma vez redefinir sua sonoridade e surpreender seus fãs? Dez anos depois, o impacto deste álbum segue vivo, e os fãs aguardam ansiosos para ver como a banda continuará a evoluir e surpreender. O que será que Tobias Forge e companhia têm preparado para 2025?
Ouça o álbum na íntegra abaixo: