Dua Lipa está vivendo uma fase curiosa, ousada e deliciosa de acompanhar. Em plena consolidação como um dos maiores nomes do pop global, ela começou a deixar cada vez mais claras as influências de rock que sempre estiveram ali, mas que agora ganharam palco, guitarra e convidados de peso. E é exatamente essa versão mais ousada, mais “banda”, mais cheia de atitude que o público brasileiro deve encontrar nos shows da nova turnê.
Nos últimos meses, a britânica construiu uma linha do tempo que diz muito sobre sua ambição artística. Em setembro, durante uma apresentação nos Estados Unidos, ela surpreendeu com uma homenagem poderosa ao Aerosmith, cantando I Don’t Want to Miss a Thing com entrega e teatralidade dignas de arena. Foi o primeiro sinal de que Dua estava mirando além do pop: ela estava mirando em legado.
Pouco depois, a narrativa ficou ainda mais interessante. Já em outubro, Dua chamou Gwen Stefani ao palco para um dueto histórico de Don’t Speak, um choque geracional que parecia escrito sob medida para quem cresceu entre o pop e o pop-punk dos anos 2000. Só que ela não parou por aí. No dia 12, chamou ninguém menos que Billie Joe Armstrong, do Green Day, para transformar Wake Me Up When September Ends em um momento de catarse coletiva. Um ícone do punk californiano dividindo o palco com uma das maiores popstars da atualidade. A equação não é óbvia, mas é exatamente por isso que funciona tanto.
A real é que Dua Lipa está flertando com o rock com cada vez mais coragem, e isso tem deixado sua turnê com uma cara de espetáculo híbrido, que conversa com várias gerações. Se em disco ela continua dançante, ao vivo ela está cada vez mais guitarrada.
E o Brasil entra justo nessa fase
A vinda dela ao Brasil acontece no auge desse momento de experimentação. E ainda tem um detalhe extra que deixa tudo mais saboroso: Dua prometeu cantar músicas em português na turnê. E não só prometeu. Na Argentina, nesta sexta-feira (7), em Buenos Aires, ela homenageou o país com uma versão de De Música Ligera, clássico absoluto do Soda Stereo. Para os brasileiros, que conhecem a faixa principalmente pela releitura À Sua Maneira do Capital Inicial, o sinal foi claro: ela está afiada nos fan services regionais.
E aí, claro, começa a brincadeira. O que ela ousaria cantar aqui? Se ela encarou um dos maiores hinos do rock latino, o céu é o limite para o Brasil. Quem sabe um momento caótico e divertido ao estilo Mamonas Assassinas, como o Simple Plan já fez? Ou talvez um clássico eterno do Legião Urbana, que funcionaria perfeitamente com uma banda cheia e luz dramática. O ponto é: Dua está justamente na fase de testar repertórios inesperados, provar versatilidade e se divertir no processo. E o Brasil é o palco ideal para isso.
O que esperar, afinal?
Um show que combina pop impecável com alma de arena de rock. Um espetáculo que transita entre neon e guitarra, entre coreografia e catarse coletiva. Uma artista que está deixando claro que suas influências vão muito além das pistas de dança. E, principalmente, uma Dua Lipa que está mirando grande, mirando longe, mirando história.
E para quem já está contando os dias, os encontros já têm data e lugar marcados. Dua Lipa desembarca no país com a Radical Optimism Tour para duas apresentações: 15 de novembro de 2025, no Estádio do Morumbi (MorumBIS), em São Paulo, e 22 de novembro de 2025, no Estádio Nilton Santos (Engenhão), no Rio de Janeiro. É justamente nesse recorte da carreira, o mais ousado e surpreendente até agora, que o Brasil terá a chance de ver a artista em seu modo mais feroz.
Se há um momento para ver Dua no palco, é agora. O Brasil está prestes a encontrar uma versão dela que não aparece todo dia.




























































































































