Marianna esquenta a Casa Algo Hits com show intimista, bom humor e músicas contagiantes 

A noite fria de primavera da primeira quinta-feira do mês (03) na cidade de São Paulo contrastava com o calor proporcionado pela cantora carioca Marianna no interior da Casa Algo Hits, espaço físico da primeira musictech brasileira, localizado no boêmio bairro da Vila Madalena.

 

Acompanhada somente da guitarrista Paula Azzam e da proficiente baixista Be-Atrz, Marianna fez um show íntimo e divertido para uma sala cheia de novos admiradores – ou Marianners, como ela mesma se refere aos fãs. Durante aproximadamente 1 hora, a carismática cantora tentou envolver uma plateia inicialmente tímida, convidando os presentes a ocuparem os espaços na frente do palco e a cantarem com ela, que diz considerar o palco “um lugar silencioso” em alguns momentos.

 

Marianna é uma artista versátil e trafega por diferentes gêneros, como o funk carioca, o pop com pitadas de R&B e vive atualmente uma vibe voltada a produções eletrônicas dentro do house e do garage

 

O show contou com faixas de todos os seus EPS, começando já por Não Posso Te Esperar (2023), com a climática “sexta-feira”. Além da sua versão da canção “Vício” de Alcione, Marianna também passeou por versões de outras de suas referências, como Marina Sena (em “Santo”), Jorja Smith (em “On My Mind”) e até Beyoncé, que a cantora confessou estar arriscando pela primeira vez ao vivo, em uma versão de “Me, Myself and I” acompanhada com entusiasmo pelos presentes.

 

Como toda carioca de respeito, a cantora é bem-humorada e gosta de conversar com os presentes a todo momento, dividindo anedotas e histórias de relacionamentos que inspiraram as suas canções.  


O repertório autoral infelizmente ainda é curto e a cantora encerrou o breve show com duas de suas canções mais voltadas a ritmos eletrônicos como o house/garage: “Nada Será Como Antes” e “Por Uma Noite Só”- a última foi cantada por uma segunda vez após os efusivos pedidos de “mais um” dos Marianners recém-convertidos.

Antes da apresentação, a cantora conversou com o EQFM sobre sua trajetória, planos e inspirações. Confira na íntegra abaixo:

 

Quanto a cidade do Rio de Janeiro é um tema de reflexão ou inspiração para as suas composições?

 

Muito. Eu sou obcecada pela minha cidade, sou super carioca. Sou do tipo que briga na rua, “São Paulo versus Rio”, sou essa pessoa – porque o Rio realmente me deu a maioria das coisas que eu tenho. Eu gosto muito dessa informalidade da cidade, da possibilidade de estar perto da natureza e de estar com as pessoas ao mesmo tempo. Eu acabei trazendo isso muito pra minha personalidade e para a minha música também. Como eu vi vários movimentos nascendo no Rio, isso me inspira o tempo inteiro, por isso eu estou sempre voltando para lá.

 

Alguns veículos já te classificaram como uma mistura de pop, funk, R&B e house music. Você concorda com essas prateleiras? Existem outros gêneros com os quais você flerta também?

Essa questão de gêneros é complicada para mim, porque quando eu comecei eu não sabia identificar exatamente cada gênero. Eu só queria fazer música boa, porque eu mesma gosto de muita coisa. Essa semana escutei a discografia inteira dos Los Hermanos de novo, na semana passada, eu estava escutando Kanye West. Então são muitas referências que eu quero incorporar na música. De certa forma eu acho interessante me colocarem em todas essas prateleiras porque acaba fazendo sentido com o todo. 


A minha preocupação é que não quero parecer uma cantora que está tentando de tudo, mas aí quando olho para as músicas que lancei até agora, os projetos têm unidade entre eles e, para mim, isso é o mais importante.

 

O mercado brasileiro vê uma leva boa de cantoras ocupando espaços de destaque: Liniker, Mahmundi, Marina Sena, Duda Beat, entre tantas outras. Como você enxerga esse momento atual, e quais cantoras são referências pra você? Tanto do presente quanto do passado. 

 

Eu vejo o momento atual com muita felicidade. Esse álbum que a Liniker lançou agora [CAJU] foi um respiro no meio de tudo. Ver que há espaço para músicas como a dela hoje em dia sendo lançadas, discos que não se preocupam com a duração da música, com um único ritmo necessariamente, então eu sou muito fã e quero estar no meio delas, elas me inspiram muito, todas as citadas – Marina Sena, Duda Beat, elas são cantoras que eu escuto no meu dia a dia e que uso de inspiração para estar lá também um dia, ao lado delas, nos festivais.

Já uma cantora do passado que me inspira: Alcione. Não tem como, ela me toca de diversas formas. Eu tive a oportunidade de conhecê-la, eu gravei Alcione, é difícil para mim falar.  Sempre que eu vejo ela eu fico encantada: “caramba, eu tô aqui por sua causa, sabe? Quem abriu esse caminho foi você”.  E sobre uma cantora mais atual, eu diria que a rainha da minha vida é a Beyoncé.

Você disse que um livro da Bell Hooks (“Tudo Sobre Amor”) mudou um pouco sua perspectiva sobre amor e relacionamentos. Como você encara essa temática hoje nas letras e na vida pessoal em comparação ao seu passado?


Pergunta forte, porque esse livro mudou tudo. Foi por causa desse livro que escrevi o meu primeiro EP, quando eu o li eu saí de um relacionamento muito ruim que eu estava. O que ele me mostrou foi que essa forma do amor romântico que a gente acredita, do amor acima de tudo, isso não adianta de nada se você não se sente amada. Foi muito o que entendi com o livro. Eu pensava: “caramba, a pessoa fala que me ama, que eu sou a vida dela, mas eu não me sinto assim, então tem alguma coisa errada”.

Isso foi muito importante para as minhas letras, para a superação do término. Eu preciso ler esse livro de novo, recomendo para todo mundo porque é para relações não só amorosas, mas familiares, de amizade. É sobre aprender a amar e ser feliz de fato com isso, porque o amor não pode causar dor.

 

Sua carreira na música é relativamente recente, o que deve ser um desafio, mas representa uma certa liberdade também. Você tem alguns objetivos traçados? Qual será aquela conquista que você quer atingir para poder olhar pra trás e dizer “valeu a pena” daqui a um tempo?

 

Nossa eu tenho dois objetivos muito grandes que são: lançar o meu primeiro álbum e cantar no Rock in Rio. Primeiro porque eu amo álbuns, acho uma oportunidade de você colocar a sua voz em uma obra e das pessoas enxergarem realmente a história que você quer contar. Cantar no Rock in Rio é a minha maior meta, porque é um dos maiores festivais do mundo, na minha cidade. Todo ano de Rock in Rio, eu penso “daqui a pouco sou eu” –  imagino que vai ser um momento em que eu vou subir no palco, olhar para trás e entender que muita coisa boa aconteceu.

Você pretende continuar lançando EPs ou podemos aguardar um álbum completo? Alguma previsão ou informações sobre?


Eu vou lançar mais um EP agora, mais focado. As duas últimas músicas que lancei foram “Por Uma Noite Só e “Nada Vai Ser Como Antes” e eu vou lançar mais um EP nessa energia do Garage do House. Ele já está sendo produzido, porque eu quero dar vazão a essa brisa de “quero produzir House para sempre”. Eu percebi que um EP seria interessante para eu dar essa vazão e depois poder começar um álbum do zero. Então eu vou lançar esse EP, vou continuar nessa estratégia de singles e a minha ideia é que para o final do ano que vem eu já comece a lançar as músicas do álbum, que só sairá em 2026.

Escolher músicas favoritas é um pouco como dizer quem é o seu filho favorito: injusto. Mas, se tivesse que resumir quem é a Marianna em uma faixa pra quem ainda não te conhece – qual seria?

Nossa, se você nunca me ouviu, eu diria para você começar por “Por Uma Noite Só”. É uma música quase unânime, muita gente gosta dela, uma música que empolga. Então acho que é um bom ponto de partida para você começar aí no seu vício de Marianner.

Como foi a experiência de cantar fora do Brasil, em Londres?

Foi incrível, eu nunca imaginei como seria tocar fora do Brasil. É um sonho, mas você nunca sabe os passos que te levam até ele e quando eu cheguei lá de fato, eu me senti muito bem-vinda. Eu saí do palco com uma sensação de plenitude muito grande. Porque tanto os artistas que estavam lá quanto as pessoas que estavam assistindo ao show foram muito calorosas comigo, elogiosas, me seguiram depois. Eu fiquei muito feliz, porque pra mim é uma honra cantar em português em outro país, levar nosso idioma, a nossa arte. Então me senti feliz e espero que rolem outras oportunidades. Londres abriu as portas para mim e senti que talvez eu volte para lá em breve

Como você planeja o seu show? Prefere algo menor e solo ou conta com uma banda de apoio?
 

Nossa, eu amo bandas e eu sempre toco com as meninas: a Paula faz a guitarra e a Bia faz o baixo. Esse show é um formato novo, é a primeira vez que eu vou apresentar ele, eu montei ele com todas as músicas que lancei e eu quero que as pessoas se divirtam. A essência é essa, eu quero que todo mundo no final esteja “uhul” curtindo e vá pra casa feliz, é pra extravasar.

Pode deixar um recado final para os leitores do EQFM?

Quero pedir  que vocês escutem meu trabalho, eu vou ficar muito lisonjeada. Eu faço de tudo pela música. Sou muito fã da arte e eu espero realmente que vocês gostem e que a gente possa crescer essa corrente de Marianners pelo Brasil, para fazermos mais shows em outros lugares! 

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